É inevitável que tudo aquilo que escrevemos esteja umbilicalmente ligado àquilo que lemos, sem saber bem onde ou quando…
Nem sempre retemos a fonte, mas o pensamento fica algures num cantinho de uma gaveta do nosso cérebro… e vasculhando em busca de outros retalhos de informação, acabamos por dar com aquela ideia que ali ficou dobrada e arrumada numa sonolência prazenteira à espera de um dia mostrar a sua pertinência, o que acontece com frequência.
Tal como os provérbios que nos ficaram impressos na memória sem um tipo de aprendizagem específica, a não ser a repetição oral de geração em geração, também o que lemos e que, de algum modo, foi significativo na altura, fica na memória, e por vezes no coração.
Ler é como rir! É poderoso para nós e é perigoso para quem nos quer oprimir porque nos faz pensar, nos esclarece, nos dá perspectivas diferentes das nossas, nos abre caminhos e desbrava pensamentos.
Seja qual for a forma e o suporte de texto escolhidos, o importante é o que ele nos dá e nos deixa – o conhecimento.
Gosto de trapos …e de pensamentos, e de pensar que podemos guardar os nossos pensamentos como trapos em gavetas, roupeiros, ou nos mais modernos closets. Fica ali tudo guardadinho e ajeitadinho e à mão …como os livros numa prateleira…
Gosto de trapos e de livros… e pronto… e muito! Poder-se-á dizer que tenho dificuldade, muita até, em separar-me de ambos os géneros porque todos têm uma história para contar… ou sou eu que tenho uma história com cada um deles…
São, todos eles, palavras e frases da minha vida… se perco alguns, a história perde trechos ou até páginas! Páginas de memória, experiências de uma vida, retalhos de conhecimento encerrados em coisas tão frágeis e tão vulneráveis ao tempo e ao espaço… trapos e livros e…gente.