quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
Nem sempre te respondo....
Por detrás desse horizonte, está tudo o que não foi, tudo o que não decidimos, ou tudo o que decidimos que não fosse...se é que realmente decidimos.
Em ânsias de viver fora de nós, tudo o que, só e apenas, cá dentro está, acabamos por perder o presente em busca do que estará para lá do fascínio desse mesmo horizonte.
E andamos... e andamos tanto que, às tantas, não sabemos se são os pés que se movem por força da nossa vontade ou se é só já a força de vontade dos pés de nos levar para outros lugares, outros caminhos que devolvam ainda que uma só faísca de uma alma inteira que outrora fomos....
domingo, 25 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
terça-feira, 13 de outubro de 2015
conversas incompletas
isso era antigamente... agora dá vontade de te atirares ao rio e deixares-te flutuar até à terra do nunca...
todos temos dias...ou não dias, que nem sao noites...
às vezes somos menos nós para que os outros sejam mais
felizes..mas dura pouco porque o nosso ser reclama a nossa personalidade...caso
contrário, anulas-te deixas de saber quem és e isso não vai fazer bem a
ninguém...
é como os mortos presos no fundo do lago..um dia soltam-se...
não sou única questionar o verdadeiro valor daquilo que nos
faz mais ou menos felizes...
uma coisa sei...anular o que penso ...não resulta por muito
tempo....um dia sai tudo o que está acumulado...e as pessoas chocam-se quando
falamos a nossa verdade... toda a gente diz que quer ouvir a
verdade...mentira...querem ouvir o que lhes agrada e viver o que lhes convém...
há quem tenha medo de ficar sozinho...por mim acho que tenho
sido sozinha a maior parte da vida .....já não tenho medos ... só vontade de
viver em paz comigo...
voltamos ao mesmo ponto ...deixar-se flutuar e acabar na
terra do nunca ou nadar como o caraças para irmos para onde queremos...
normalmente o cansaço vence e deixamo-nos ir e ficamos assim... como o
bacalhau...nem é carne nem é peixe ...já fui peixe na maré"nadando sem
passado nem futuro" ...agora sinto-me seca sem
presente...domingo, 6 de setembro de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Pais
A natureza devia ter um processo de seleção natural de habilitação para a paternidade.
Quem não soubesse ser pai, nascia estéril, ponto final. Sem complicações. Há pessoas que não têm essa capacidade: nem inata, nem adquirida. É um facto e pode ser draumático (drama+traumático)... a sério!!!
Ser pai significa ter uma um disponibilidade emocional ilimitada para a criança. Não significa não impôr limites, mas também não se pode ignorar a existência do rebento e delegar noutr@ a responsabilidade inerente ao ato que o fez nascer.
Para ser pai é preciso saber dar...coisas "simples". Basta dar tempo, atenção, regras com amor e participação interativa no desenvolvimento infanto-juvenil... é pedir muito? Não, a quem tem para dar...para outros é pedir o mundo....é-lhes simplesmente contra-natura.
Assim, começo a compreender a posição da minha "pirilampa" relativamente ao assunto, concluindo-se que:
se ter um filho é uma atitude altruísta, não o ter pode ser uma atitude bem responsável... do tipo "se beber, não conduza".
Assim, começo a compreender a posição da minha "pirilampa" relativamente ao assunto, concluindo-se que:
se ter um filho é uma atitude altruísta, não o ter pode ser uma atitude bem responsável... do tipo "se beber, não conduza".
Mãe natureza, wake up!!! Seleciona e habilita somente os emocionalmente disponíveis!!!
domingo, 16 de agosto de 2015
Stuck!
Existe em mim uma inquietude milenar...sei que não sou só deste tempo. Sei-o e pronto. Não me contento. Aliás, considero a expressão "contentar com..." de uma pungente pobreza espiritual.É o mesmo que sobreviver.
Quero saber, conhecer, fazer, descobrir...e sinto-me presa num tempo e num espaço que me tolhe a vida!
É urgente a ação!!!
Não és a mesma !....
Não, sim, talvez...por vezes cedes tanto que já não sabes mesmo se aquilo que acabas por fazer é aquilo que és ou aquilo que os outros querem que sejas...ou até sabes! Mas importas-te com os outros, com aqueles que, apesar de dizeres, que queres comer grelhado, insistem em que comas frito. E, na primeira vez, tu alinhas por respeito, porque achas que não pode ser sempre à tua maneira. Na segunda vez a pergunta é a mesma e já nem te dás ao trabalho ..frita seja a sua vontade!!! Obviamente isto tem consequências e, atualmente, os efeitos negativos são mais rápidos do que eram há uns anos atrás...já te falta o tempo, a paciência e a tolerância para ser outra que não tu mesma. Coloca-se então a questão: é preciso explicar tudo? e se explicas, porque há amuos então? e a pseudocrítica "não és a mesma"....????
Não ser a mesma não é necessariamente mau..é ser diferente, é evoluir, é querer caminhar só, acompanhado, voar...sei lá... é querer ser único.
Não, não sou aquela que imaginam, a das fantasias e outras ilusões... também já não quero agradar se isso me desagradar...não quero frito, quero como quero...ainda que seja cru!!!
quarta-feira, 24 de junho de 2015
quinta-feira, 18 de junho de 2015
quarta-feira, 3 de junho de 2015
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
“Cara Ana,
Após ter assistido à sua
palestra sobre Igualdade de Género e mais especificamente sobre a conciliação
entre a vida pessoal, familiar e profissional, refleti sobre a minha própria
vida e pareceu-me ser, de algum modo, um exemplo dessa luta pela igualdade ou,
antes ainda, do privilégio de ser “desigual”.
Não sei se a minha história será,
sequer, passível de ser publicada na sua revista, mas aqui vai.
O meu nome é Maria e, como
qualquer mulher portuguesa da minha geração, comecei por ser educada para ser
diferente dos rapazes, porque assim estava determinado para o sexo feminino.
Felizmente, tenho um pai que
é muito pouco convencional. O facto de ter duas filhas pouco importava, quer
para a realização das tarefas de trabalho em casa, quer para as atividades de
lazer – eu tanto podia ajudá-lo como servente das obras em casa, como ir à caça
com ele.
Por outro lado, a minha mãe
embora concordasse com esta educação liberal, não abicava da minha educação
feminina – o saber realizar as tarefas domésticas, inclusive a tradicional
costura. Já a minha irmã não foi sujeita a tal “formação” porque “os tempos já
eram outros”.
Deste modo fui crescendo,
com a consciência de que havia diferenças entre filhos e filhas sem que,
contudo, as sentisse na minha vida familiar, até porque fui a primeira menina a
ter bicicleta e mota nos locais onde morei, não por capricho, mas porque o meu
pai os considerava meios de transporte adequados às minhas tarefas e às minhas
idades.
As minhas amigas e
primas não tinham o mesmo tipo de liberdade e autonomia que eu tinha. Em
contrapartida, era-me exigida mais responsabilidade em tudo o que fazia. A tal
ponto que, com 19 anitos fiquei responsável pela minha irmã (11anos mais nova)
porque o meu pai foi trabalhar para o estrangeiro, seguindo-se a mãe porque ele
sofreu um enfarte, que nos ocultou durante duas semanas.
Assim, fiquei eu,
durante dois anos, a estudar e a desempenhar os papéis de pai, de mãe e de
irmã. Mas estava preparada. Embora tivesse abdicado da parte lúdica da vida
académica, foi mais uma experiência diferente das jovens da minha idade.
Com este tipo de
percurso de vida era óbvio que não seguiria o caminho normal e, quando a mãe
regressa, a independência, entretanto adquirida, não se subordinava tão
pacificamente à autoridade materna.
Começava uma nova
etapa. Sair de casa, perto de Lisboa, ainda estudante, para trabalhar no
Alentejo como professora contratada. Com a mudança de região do país, há
mudança de universidade também.
Durante anos fui
fazendo o curso e desempenhado a atividade profissional. Pelo caminho tive um
filho. Não casei mas vivo com o mesmo namorado (pai do filho),em união de
facto, há 28 anos.
É claro que, durante
este tempo todo, a relação tem sido uma montanha russa. Como todos os casais os
primeiros anos são sempre um entusiasmo, mas com o acentuar das
responsabilidades, como o nascimento do filho, surgem alguns conflitos, ou
meras discordâncias idiotas que acabam por levar a discussões cansativas. No
final, já nem sabemos o que deu origem a tamanha tempestade. Contudo, as razões
permanecem e podem, à distância, ser identificadas com a objetividade
necessária.
E é neste momento que
tomamos consciência de que a educação recebida, as vivências e experiências de
uma vida forjam aquilo que somos.
A educação separatista entre
rapazes e raparigas que se verificava até à cerca de 40 anos e que incutia,
desde cedo, papéis diferenciados para homens e mulheres, vinculou durante anos
esses mesmos papéis. A mãe cuidava das tarefas domésticas incluindo a educação
dos filhos, enquanto o pai / homem era o ganha-pão da família. Poucos eram os
que “ajudavam nas tarefas domésticas, ainda que o trabalho lhes deixasse algum
tempo livre, sob pena de serem marginalizados pelo preconceito da sociedade e pelos
seus pares. O domínio público e o privado da vida dos casais eram associados ao
homem e à mulher respetivamente.
Ora para alguém que não foi
sujeito a tal “apartheid”, esse papel, tradicionalmente atribuído à mulher, é
como um vestido apertado – desconfortável e irritante.
A tentativa de reservar/conservar
tal papel ia afastando ainda mais qualquer possibilidade de conciliação entre a
vida pessoal, familiar e profissional. A
partilha das responsabilidades e tarefas não estava a ser democrática,
especialmente porque, após a licenciatura, cheguei a ter três “empregos”:
professora de Inglês, colaboradora da Universidade, o que implicava a
deslocação a várias escolas e a sessões de formação na sede, e professora de
Português dos “nuestros hermanos”. Além de continuar a ser a principal
cuidadora do filho e responsável pelas tarefas domésticas.
Resultado? Ausências prolongadas
de casa, consciência pesada por não dar a atenção suficiente ao miúdo, cansaço
permanente e mau-humor constante, logo, desgaste da vida familiar e pessoal.
Ora o desequilíbrio que
afeta um dos membros do casal, acaba por afetar o outro, ainda que de maneiras
diferenciadas. Nesta sobrecarga de trabalho, a relação pessoal ficou para trás
e, é certo que, quando nos faltam afetos, vamos procurá-los noutro lado. E há
quem tenha tempo, ou se esforce para o ter, e disponibilidade emocional.
E foi assim que o meu filho,
aparentemente, ganhou uma irmã.
Foi um sismo emocional! As
estruturas tremeram desde os alicerces … e agora fazia o quê? O que está
convencionado – a separação? “Convencional” e “Eu” são duas palavras difíceis
de conjugar.
Estava na hora de parar e
refletir. Não via a situação como traição porque eu também havia descurado a
vida pessoal… E, por esta ordem de
ideias eu também tinha traído – pelo excesso de atenção ao trabalho e pela
falta dela em casa. Ciúme também não sentia, até porque isso não é mais do que
arrogância e vaidade. Temos ciúme porquê? Porque somos inseguros, incompetentes
ou distraídos o suficiente para deixar apagar uma relação.
Racionalizando a situação,
havia responsabilidades a apontar a ambas as partes. Mas era necessário saber
mais… Saber exactamente o que queria da minha vida.
Tinha
que compreender o contexto todo e que sentimentos estavam envolvidos. E foi assim
que recebi em minha casa a alegada mãe da irmã do meu filho e a menina, por
quem me apaixonei de imediato – as crianças nada têm a ver com os atos dos
adultos.
Confesso
que não foi a época mais fácil da minha vida. Mas era o momento de revelar tudo
o que nos incomodava. Foi tudo dito! Com mais ou menos sofrimento, sendo que
“muito sofrimento” era a expressão do momento. A vida é uma pedra de amolar e
testa o metal de que somos feitos.
Chegámos
a um consenso – começar tudo de novo, mas com a lição bem aprendida. A partir
desse momento, direitos e deveres seriam iguais para ambos.
Interiorizámos que trabalho
e família não são compartimentos estanques, separados, mas interdependentes,
que homens e mulheres têm necessidade, muitas vezes por razões económicas de
partilhar papéis. Acentuou-se a partilha das responsabilidades, das tarefas
mais básicas, reduzindo a tensão e melhorando a relação, inclusive a sexualidade.
As desigualdades, a nível social,
relativamente à sexualidade do homem e da mulher são difíceis de combater. Um
homem ter outra mulher, embora seja assunto apetecido para comentar, acaba por
ser socialmente tolerável – fala-se com alguma pitada de malícia e/ ou
admiração de outros homens pelo “feito”, enquanto a mulher é vista como a
coitada enganada.
Contudo,
se for a mulher a ter uma relação extra conjugal, passa de vítima a carrasco,
socialmente condenada.
Foi
aqui que demos o maior passo para a igualdade – concedemo-nos o direito de,
caso encontrássemos outra pessoa que nos interessasse, não nos coibirmos de
encetar uma relação, desde que se respeitasse o dever de nos informarmos sobre
a situação.
Se
me perguntar se tenho necessidade de exercer esse direito, digo-lhe que não. Alcancei
o que queria – a verdadeira igualdade de género.
Temos
o direito, mas também temos o direito de não exercer um direito. Então, é como
ter uma licença de uso de uso e porte de arma – por se ter, não significa que
se saia para a rua a matar toda a gente. A isto chamo a responsabilidade da
liberdade.
Deste
modo, aquilo que podia ser a destruição de uma família, acabou por ser o seu
renascimento. Ganhei um cozinheiro excecional, um melhor amigo e um
companheiro, na verdadeira aceção da palavra. Além de que ganhei uma “filha do
coração” parida com muita dor também – ninguém passa por acaso na vida de
ninguém!
Se
os alicerces forem fortes, dos escombros dos terramotos, a vida renasce com
mais potencial, com mais conhecimento para evitar o erro, com mais tolerância e
mais respeito pela diferença e pela igualdade.
Em
suma, tenho uma vida perfeita? Não, e nem quero, nem acredito que seja
possível. Continuo a ter que vestir o pai (porque quando chega ao trabalho
vestido por ele, as colegas mandam-no de volta a casa) e a acreditar que
continuo a ser o maior apoio do filho. Mas sou eu e, na maior parte do ano, sou
feliz!”
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Entre mim e eu
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