Há pessoas que são abrigos e outras que são casas vazias.
As pessoas-abrigo podem não possuir nada de seu, mas aconchegam-nos no coração como numa manta quentinha em frentre à lareira num inverno chuvoso.
As pessoas-casas-vazias, por muito cheias de "coisas" que estejam são assustadoramente frias, silenciosas de sentimentos e emoções. Olham para si, para o que desejam, para o que as rodeia, para o ter... Ah; mas "o ter" acababa por se esvaziar de conteúdo humano e ficam apenas paredes frias, sós de objetos, despidas de ser...
Prefiro as outras...sou pobre de ter e talvez não seja muito rica de ser. Sei, contudo, que o meu ser é diferente de qualquer outro e preciso respeitá-lo, honrá-lo na sua diferença, ainda que tenha que lutar para permanecer eu mesma.
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