domingo, 28 de agosto de 2016

Viver por obrigação



Não é que queiras morrer, mas repara que não estás a viver.
Lembras-te de quando te levantavas às seis da manhã no verão e tinhas uma imensidão de tarefas que querias e gostavas de fazer?
o que aconteceu? Agora levantas-te sem horário, sem vontade, com o sacríficio de quem carrega uma rocha. As mais pequenas tarefas são feitas por obrigação porque tens que agradar, tens que fazer ...os animais, as plantas, as pessoas esperam que faças ...alguns dependem de ti e fazes porque sim, não por prazer...nem o sexo é já por prazer...é mais uma coisa que tens que fazer...tal como as fêmeas primatas, para evitar problemas.Animalesco, não? Lá se foi a teoria da evolução!!! Evita-los com quem não te ouve e crias uma guerra inteira com alguém mais importante: tu própria.
Perdeste a chama, o brilho e só restam destroços daquilo que um dia foste. Passaste a vida a anular-te, a pensar nos outros primeiro, quando deverias ter vivido livre e independente.
Agora resta-te o sonho de uma cabana no bosque ...nada mais! Foste usada abusada e deixaste e continuas a recalcar no mais fundo de ti o grito da revolta, o desejo de partir de estar só, de seres tu. Quanto tempo mais vais viver para agradar e desagradar-te? Tem orgulho, tem coragem, tem fibra!!! Reune os pedaços rasgados e desaparece para viver fora do triãngulo que te faz perder a cor... como uma foto antiga em que mal se reconhecem os rostos e já ninguem se lembra daquelas identidades!Ainda sabes quem és?!
Já não és tu quem segura as rédeas da tua vida...é a vida que te empurra, que te arrasta os pés pelo chão porque, afinal, tens tarefas para cumprir. Fazes-me pena! ...melhor, causas-me náuseas!E quando não tiveres tarefas? Cairás estatelada e desamparada porque perdeste a utilidade e verás que desperdiçaste uma vida para viveres por...obrigação!
És patética!!!

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