terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Tranquilidade!

É esta revolta que me inunda e me transborda!
O que é que é feito para mudar o estado das coisas? Nada!
Vivo com a inércia e a obsessão: uma existe há cinco anos, a outra desde o século passado. Ah... e devo acrescentar a minhas permissividade e indulgência. Uma família feliz!!!
Portanto, a revolta tem sentido. Revolta contra mim mesma que permiti durante anos a manipulação de ambas as partes crendo sempre que poderia haver evolução.
Facto a considerar daqui para a frente: não há, nem haverá mudança porque as pessoas estão demasiado confortáveis com as suas manias e os seus vícios.
A partir da consciencialização do facto e não me sentindo confortável, resta uma solução: a de pensar em mim, por mim e para mim. Parece egoísta? Talvez, mas tendo sido altruísta a maior parte da vida, penso que devo dar-me a esse pequeno luxo nem que seja por momentos.
Estou parada no tempo, na carreira, na vida.
Tenho sonhos? Sim. Ambições? Sim.  Objectivos? Sim. E tudo isso coloca em causa o bem estar dos outros? Não.  Contudo, poderá, eventualmente,  pôr em causa o dolce far niente da inércia  e ser um entrave, ainda que passageiro (porque tudo volta à mesmice de sempre),  à obsessão.
Se me vou permitir o luxo do egoísmo, que seja algo que valha a pena. Eu valho a pena.
Chega de sentir-me sózinha, de procurar no trabalho, nas múltiplas formações, nas conferências e seminários o que não encontro a nível pessoal. Tranquilidade, ou qualquer outra conceito, com qualquer outro nome, que promova  a sensação de conforto e plenitude. Eu sei o que é...já senti...e, nesses  momentos fui feliz.
Talvez só sejamos felizes por momentos e estejamos condenados a procurar aquilo que já temos e não reconhecemos como tal. Não sei!...Sei, no entanto, que assim não é correcto, não é bom, não é aquilo que procurava quando coloquei a vida em stand by até atingir a liberdade. Ela não veio...ou veio e não a reconheci e perdi-a...foi breve!
Mas, a acreditar no Karma, que garante que tudo o que vai volta e que as oportunidades passam  uma segunda vez na roda da vida, vou ser egoísta! Vou aproveitar e agarrar a liberdade como como se fosse a cauda de cometa. Quero ser a estrela da minha vida e não passar dias à espera que as pessoas percebam quão patéticas, fúteis e abusivas são as suas vidas em relação aos outros, nomeadamente a mim.
Se recebo presentes? Ah claro e sempre com um cartão invisível com uma mensagem subliminar de que devo sentir-me agradecida e ceder aos caprichos alheios.
O que quero? Quero rir. Quero conversar. Não quero cobranças de afeições, sentimentos e atitudes com os quais não concordo nem me identifico.
QueroTranquilidade!
Sei quem sou, sim! Não estou confusa, estou a ficar ciente que apenas eu poderei mudar o meu mau estar porque os outros estão, alegadamente, bem.
A lucidez de uns é a loucura de outros. Não é frase feita, é a constatação de quem já esteve louca e regressou do fundo da floresta negra - arranhada,  esfolada,  partida  mas pronta para se levantar e dar um chuto no traseiro de quem a enviou para lá.
Não espero concordância com os meus pontos de vista, espero respeito por eles. Nada mais.
Chega de acreditar em ilusões e de ser idiota!
Não tenho a pretensão de reverter todos os erros do passado, até porque não terei tempo, mas posso aprender com eles.
Acredito que coisas boas me esperam e que terei que trabalhar muito por elas.
Por isso, o quarto do que já vivi vai ter que valer a pena pelo que foi, até aqui, desperdiçado.
Afogo-me na revolta, nas palavras que não digo e na firmeza (não intolerância) que não tenho tido.
Sim,  sei quem sou e estou lúcida e egoísta.
Paciência!!!